domingo, 20 de novembro de 2016

Agronegócio em foco

Estudantes visitam fazenda cafeicultora em Paula Cândido-MG.

Visita acadêmica à Fazenda Amador em Paula Cândido- Minas Gerais, produtora de café, eucalipto e gado de corte, para aplicação da metodologia SAFA da FAO. Breve disponibilizaremos os resultados obtidos.




quarta-feira, 16 de novembro de 2016

ARTIGO - Como a elasticidade afeta o mercado de café - Por Luiz Moricochi

Retirado da Revista Cafeicultura - postado em 13/11/2009

Em reuniões técnicas ouve-se com certa  freqüência a expressão “o café é bebida de demanda inelástica”. Como essa característica do café  afeta  seu mercado?

Não vamos teorizar sobre esse assunto, pois foge  ao escopo deste artigo. Apenas gostaria de dizer que em economia quando se fala em elasticidade preço de demanda está se referindo à divisão de duas variações percentuais: variação percentual de quantidade compradas de um produto, pela variação  correspondente nos preços.  Conforme o número obtido nessa divisão – que  recebe o nome de coeficiente de elasticidade preço de demanda -   se diz que um produto é de demanda elástica ou inelástica. Para o café o coeficiente encontrado pela FGV em recente estudo foi de 0,67.

Mas do ponto de vista prático (é o que nos interessa), quando se tem uma cesta de produtos e os mesmo são submetidos á mesma variação de preços ( 10%, por exemplo), podemos dizer:  aqueles produtos que responderem com uma menor variação no consumo são  de demanda inelástica (ou menos elástica); aqueles  que, nas mesmas condições apresentarem maior variação no consumo são de demanda elástica.

O preço que o consumidor está disposto a pagar por um bem ou produto depende de uma série de fatores,  entre as quais: 

a)  quantidade de dinheiro disponível; 
b)  sua importância  para atendimento de necessidades; 
c)  existência ou não de produtos substitutos; 
c) sua representatividade no orçamento familiar em termos de gastos e 
d)  quantidade disponível do produto no mercado. 

Pode-se deduzir pois que a importância  que os produtos têm para o consumidor é relativa, ou seja, varia de pessoa para pessoa.  O cigarro, por exemplo,  é “importante”para algumas pessoas, apesar de extremamente prejudicial à saúde. 

O café se enquadra também  no grupo de produtos de demanda inelástica . O coeficiente  de 0,67 encontrado,  significa que  quando ha aumento de 1% no  seu preço a quantidade consumida cai em proporção menor (a esse aumento), ou seja, apenas 0,67 %. Isto acontece,  porque o consumidor faz de tudo para continuar satisfazendo seu habito  de tomar café.  Também  o cigarro é  produto típico de demanda inelástica; é sabendo disso que o governo taxa o produto o quanto pode, com a certeza de não quebrar a indústria.

No caso do café, esse “vício” ( no bom sentido),  tem também   seu lado negativo, ou seja, mesmo sendo habituado a bebida, o consumidor não vai beber mais , (diferente da carne bovina, cujo consumo aumenta com a queda de preço) só porque o preço caiu muito, como resultado de um  eventual excesso de produção . Esse atributo tem muito a ver com a estabilidade de renda do produtor, podendo-se se afirmar que quando há excesso de café, o preço cai mais do que deveria cair e quando há escassez o preço sobe mais do que deveria subir. O produtor devia gravar  isso em sua mente como se fosse uma lei da cafeicultura, para não cair em armadilhas de preços. Isso pode acontecer também com outros produtos, mas,  é mais problemático  quando se trata de produto de demanda inelástica como o café.  Muitos ainda se lembram do que aconteceu no início de 1986:  devido a uma grande seca  ocorrida no final do ano de 85, os preços  atingiram  US$ 400/saca, causando grande euforia  na época (com apenas uma saca de café comprava-se um hectare de terra em algumas regiões cafeeiras). Esse  alto preço,  por outro lado, provocou excesso de produção, derrubando os preços  para US$ 40 em 1992. Foi uma quebradeira geral resultando em mais um milhão de hectares  erradicados. Esse  preços exagerados (dois extremos) ocorreram  por culpa principalmente da demanda inelástica ( também houve especulação)

 Para terminar, qual a implicação desse atributo neste contexto de  crise  mundial?  Com o desemprego e queda geral de renda, tudo se passa como se ocorresse na prática  um aumento de preços de café.  Entretanto como o consumo  pesa pouco no   orçamento familiar,  dificilmente o consumidor vai abrir mão de seu habito de  tomar café.   Essa é a principal razão  pela qual  alguns analistas (entre os quais nos incluímos) já acreditavam que o efeito   da crise seria  menor quando comparado com o  impacto sobre o mercado de outras commodities É claro  que  há segmentos afetados, como o de cafés especiais  -  em que se paga mais de R$12,00/ tacinha, em redes famosas de varejo no país – mas esse segmento não representa nem 10% do consumo mundial  de 130 milhões de sacas anuais. Poderá também ocorrer menor consumo de café solúvel na Rússia, Alemanha, USA e outros países mais atingidos pela crise. Mas o consumo global deverá seguir com tendência crescente, embora à taxas inferiores a que vinha se observando antes crise. 

Luiz Moricochi, eng. agr. pós graduado em economia (USP) e associado da Cocapec

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Produção de grãos 2016/2017 está entre 210,9 e 215,1 milhões de toneladas

Produção de grãos 2016/2017 está entre 210,9 e 215,1 milhões de toneladas


Globo Rural | 10/11/2016 11:07:23

A estimativa da safra 2016/17 de grãos pode variar de 210,9 a 215,1 milhões de toneladas, de acordo com o 2º levantamento da safra, divulgado nesta quinta-feira (10/11), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O crescimento da produção poderá ser de até 15,6% em relação à safra anterior, que foi de 186,1 milhões.
Também há previsão de ampliação da área total plantada, que deve se situar entre 58,5 e 59,7 milhões de hectares, o que representa um crescimento de até 2,3%, se comparada com a safra 2015/16. Com exceção do algodão e do amendoim primeira safra, todas as demais culturas de primeira safra tiveram incremento de área plantada.
O milho primeira safra deverá ter uma produção de 4,7 a 10,4% superior à passada, alcançando de 27,1 a 28,6 milhões de toneladas. Já o arroz, com a retomada de áreas não cultivadas, registra uma perspectiva de produção entre 11,5 e 12,1 milhões de toneladas, superior à safra passada entre 8,4 e 13,9% , enquanto o feijão primeira safra, também com incremento de área, poderá ficar entre 1,2 a 1,3 milhão de toneladas. A produção é também superior entre 17,3 e 24,4% em relação à última safra.
A projeção para a soja é de crescimento de 6,5 a 8,5% na produção, podendo atingir 103,5 milhões de toneladas. Já a produção de algodão pluma deve crescer de 8,1 a 14,8% e pode chegar a 1,5 milhão de toneladas, apesar da redução entre 6,9 e 1% na área cultivada.
Safra de inverno 2016
Para a safra de inverno 2016, o trigo é o destaque e a produção deverá ser de 6,3 milhões de toneladas, ou seja, 14,5% superior à safra passada. No caso da cevada, há uma leve redução de área, mas a produção será de 331 mil toneladas, com a recuperação da produtividade. A canola e o triticale também apresentaram aumento de área e produtividade. A primeira deve produzir 75 mil toneladas e o segundo, 65,7 mil toneladas.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Aberta consulta pública sobre o Plano do Javali

ICMBio - Brasília (07/10/2016) – Está aberta no portal do Ibama consulta pública sobre a proposta inicial do Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento do Javali em Estado Asselvajado no Brasil. Para conhecer a proposta e participar da consulta clique aqui.


A consulta segue até o dia 21 e visa reunir sugestões de setores do governo, das universidades e da sociedade em geral sobre o plano, que visa definir estratégias de enfrentamento aos danos causados pela presença do javali no território brasileiro.

O javali é uma espécie exótica invasora presente em grande parte do país. A proliferação do animal gerou graves impactos ao meio ambiente e elevados prejuízos para o setor de agricultura, em especial para os agricultores familiares.

A proposta do plano foi elaborada pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em conjunto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Ibama, após reuniões com especialistas e interessados no tema.

O texto traz um diagnóstico da situação e sugestões de estratégias que devam ser adotadas pelo governo e sociedade civil para contornar o problema. Após a consulta, será realizada oficina de elaboração da proposta final do plano de javali.

Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280

domingo, 9 de outubro de 2016

Ódio ao Agronegócio

Seria o Agronegócio um mal necessário? Ou um bem com exceções?


Vamos discutir o assunto em breve. Aguardem.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

MUDAR e RECONFIGURAR

Em meio a tanta instabilidade nos mais variados setores da economia, mudar é necessário para se manter.

O Agronegócio & Agribusiness sente isso e está pronto para se reconfigurar.


Aguardem.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Crise do Milho: Proposta de Solução

Texto Acadêmico - Nelson de P. Neto e Victor S.dos Santos.


No dia 28 de junho de 2016, o Agronegócio e Agribusiness publicou uma série links relacionados a crise do milho e desequilíbrios nas cadeias de frango e suíno além de uma proposta de trabalho acadêmico demandada pelo MAPA e pela UFV afim sinalizar uma solução para essa falha de mercado..
Os estudantes de bacharelado em agronegócio Nelson de Paula Neto e Victor Sérgio dos Santos, ambos colaboradores deste blog, escreveram um texto respondendo a quatro principais questões relativas a crise na cadeia de suínos no estado de Santa Catarina:
  1. Há produtores integrados e não integrados à indústria?
  1. Será o governo importante "player" na cadeia produtiva?
  1. Há produção de milho no Brasil suficiente para atender as cadeias produtivas demandadoras?
  1. Importação será a "saída" para o problema?

O texto foi desenvolvido partindo de estudos de caso e utilizando conhecimentos adquiridos em sala de aula e foi devidamente avaliado e pontuado pelo professor da disciplina Cadeias Agroindustriais-ERU434, Carlos Antonio Moreira Leite. É de fácil leitura e entendimento e ambos os estudantes estão disponíveis para dialogar sobre o resultado obtido e a proposta de solução apresentada. Veja a seguir o texto:

Análise de caso: A cadeia de produção de suínos no estado de Santa Catarina (BR) e a crise interna do insumo milho.

Em 2016 o maior insumo da cadeia de suínos, o milho, está com preços estratosféricos, ocasionando sérios desiquilíbrios nas demais cadeias interdependentes do grão como a própria suinocultura, a avicultura e a produção de sorgo. Esse problema na produção de milho está associado a um intemperismo climático, falta de chuvas, que afetou o plantio e o enchimento dos grãos nas espigas.
As nossas análises foram feitas utilizando quatro variáveis de maior interesse: produção de milho, produção de sorgo, reação do mercado externo (Estados Unidos) e reação da cadeia de suínos. Essa é uma hipótese restrita, otimista e que considera as condições climáticas favoráveis e que as demais variáveis se mantenham constantes.
Na cadeia produtiva de suínos, bem como a de frangos, existem tanto produtores integrados à agroindústria como não integrados, isso devido aos interesses dos empresários (integrados e integradores) e estrutura produtiva. Em uma situação de desiquilíbrio na cadeia a sensibilidade às mudanças na estrutura da cadeia serão diferentes, sendo mais impactantes aos não integrados. As relações contratuais na integração amenizam o impacto de uma crise, ao contrário de um produtor autônomo que negocia diretamente com o mercado, o tornando mais suscetível as alterações pois este é um elo mais sensível.
Como a cadeia se encontra em situação de grande desiquilíbrio, o governo deve nesse momento atuar para evitar um cenário de maior caos intervindo no mercado como mediador para amenizar os impactos que seriam causados caso ele deixasse o mercado correr livremente. Se o governo não entrar atuando no mercado, os produtores mais sensíveis, mesmo que muito eficientes, irão sair do mercado devido as fortes oscilações do preço que são determinantes em seus custos de produção. O governo pode atuar na: injeção de estoques do grão no mercado para diminuir, mesmo que irrisoriamente, o preço; financiamentos e créditos rural para manter os produtores ainda no mercado; facilitação na importação; dentre outros.
No curto prazo, a melhor medida para superar essa crise é a importação visto que a produção nacional esperada na segunda safra de milho de 2016 será 8,4% menor que na safra anterior. Ao realizar a importação, dos EUA por exemplo, o primeiro impacto no mercado interno será o suprimento da demanda e redução nos preços, devido maior oferta e incentivo à produção de sorgo por esse ser o principalmente substituto do milho na ração animal. O segundo impacto dessa medida será que a próxima safra 2017/1 tende a ter uma produção maior devido as expectativas otimistas do ano anterior. Essa maior oferta pressionará os preços internos para baixo e consequente mente os preços internacionais devido as expectativas otimistas dos EUA. Concomitantemente a isso, a produção de sorgo aumentará, mas como é um bem substituto e o preço do milho está baixo, a cadeia de sorgo sofrerá queda nos preços. Na segunda safra de milho, devido aos preços baixos da última produção, não haverá incentivo a aumento de área plantada. Em 2018, o terceiro impacto será o aumento dos preços da commodity devido ao pessimismo vivido no ano anterior que provocará baixa produção incentivando o plantio da próxima safra, estabilizando as oscilações no preço e área plantada.
Dados da Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, mostram que a produção de milho total no Brasil cresce a cada ano como 57.406,9 mil toneladas em 2010/11, 72.979,5 mil toneladas em 2011/12, 81.505,7 mil toneladas em 2012/13, 80.051,7 mil toneladas 2013/14, 84.672,4 mil toneladas em 2014/15. Entretanto na safra 2015/16, esperasse colher apenas 76.223,0 mil toneladas do grão o que não conseguirá suprir a demanda interna e externa. A cadeia de milho garante que a quantidade ofertada em períodos de estabilidade supra a demanda, porém quando há uma falha de mercado ela não consegue auto-sustentar e é nesse o momento da atuação do governo, como dito anteriormente.
Viçosa, campus universitário UFV, (07/07/2016).
Palavras-chave: UFV, milho, sorgo, suíno, importação, EUA, expectativa, governo.